O valor de alguém....
Como é difícil descobrir o valor de alguém quando se perde essa pessoa.
Ontem fiquei sabendo pela Tv que um amigo meu havia falecido, ultimamente nós não tínhamos muito contato, pois como a grande maioria o tempo vai passando, as amizades não c acabam... mas esfriam.
Apesar disso a dor da perda não foi menor, dói saber que um rapaz cheio de vida, querido, amável foi recolhido por Deus tão cedo.
Não quero culpa-Lo pela morte do meu amigo... simplesmente não entendo como pessoas tão más estão por aí... fazendo o mal aos outros, fazendo as pessoas sofrerem como esses bandidos desgraçados que mataram ele.
É muito difícil lidar com todos os pensamentos que surgem na tua cabeça qnd c recebe uma noticia dessas.
Não estou desmerecendo a dor dos familiares que com certeza é imensa.
Mas saber pela Tv não é fácil, não dá pra acreditar.
Estou aqui manifestando a minha profunda dor pela perda dessa pessoa que em momentos difíceis estava ao meu lado, que no momento em que eu mais precisei ele estava lá.
Na hora ele pode não ter notado, mas a sua força , o conforto que ele me deu jamais será esquecido.
Onde quer que tu estejas, tu sempre estará no meu coração Digão.
Amo você meu amigo.
------------------------------
Segue mais uma cronica da Martha Medeiros que tem tudo a ver.
Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os
colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos. Parecia que a qualquer instante
iria estourar uma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação,
a zombaria, a desestruturação da cena. Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam. A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento
dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em
cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim? E
os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer. A troco? Você passou mais
de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que
não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente.
Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter
certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à
profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez
foi em frente. De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na
freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que
gostou do seu tênis. Qual é?
Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se
despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido
tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas
camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas
também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas,
a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida
inteira. Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce,
caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar
e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois
maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre
num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do
mesmo jeito. Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser
bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e
a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.
Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz.
Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.
Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das
piadas. Só que esta não tem graça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário